Política Financeira

A Diretoria Corporativa de Finanças é responsável por administrar a Política Financeira da Companhia. Esta Política permite à Companhia responder de maneira eficiente às condições externas à operação do negócio e, desse modo, manter e antecipar um fluxo de recursos estável para assegurar a continuidade das operações.

Além disso, o Comitê de Finanças, composto pela Vice-Presidência Executiva e por membros do Conselho de Administração da LATAM, reúne-se periodicamente para analisar e propor ao Conselho de Administração a aprovação de temas não previstos pela Política Financeira.

A Política Financeira do Grupo LATAM Airlines tem os seguintes objetivos:

  • Garantir um nível de liquidez mínimo para a operação. Preservar e manter níveis de caixa adequados, a fim de garantir o atendimento às necessidades da operação e seu crescimento. Manter um nível adequado de linhas de crédito com bancos locais e estrangeiros para responder a eventuais contingências.
  • Manter um nível e perfil de endividamento adequado, de acordo com o crescimento das operações e considerando o objetivo de minimizar os custos de financiamento.
  • Rentabilizar os saldos de caixa, mediante aplicações financeiras que garantam risco e liquidez consistentes com a Política de Aplicações Financeiras.
  • Reduzir os impactos dos riscos de mercado, tais como variações no preço do combustível, nas taxas de câmbio e na taxa de juros, sobre a margem líquida da Companhia.
  • Reduzir o Risco de Contraparte, mediante diversificação e estabelecimento de limites para investimentos e operações com as contrapartes.
  • Garantir sempre a previsibilidade da situação financeira projetada da companhia no longo prazo, de modo a antecipar situações de descumprimento de covenants, redução da liquidez, deterioração dos índices financeiros assumidos com agências de rating, etc.

A Política Financeira estabelece diretrizes e restrições para a gestão das operações de Liquidez e Aplicações Financeiras, Atividades de Financiamento e Gestão de Risco de Mercado.

POLÍTICA DE LIQUIDEZ E APLICAÇÕES FINANCEIRAS

Ao longo de 2016, o Grupo LATAM Airlines manteve um nível de liquidez adequado, com o objetivo de se proteger contra possíveis choques externos, bem como a volatilidade e ciclicidade inerentes ao setor, tendo encerrado dezembro de 2016 com um índice de liquidez de aproximadamente 19% sobre a receita total dos últimos 12 meses, o que inclui uma linha de crédito comprometida em um valor total de US$ 325 milhões com nove instituições financeiras locais e internacionais, que se encontrava disponível ao final do exercício.

Além disso, em 2016 a companhia continuou financiando com recursos próprios uma parte significativa dos adiantamentos associados à fabricação de aviões (pre-delivery payments), vinculados às aeronaves Boeing e Airbus que a LATAM receberá futuramente. O saldo de em antecipações de aeronaves financiadas com recursos próprios em 31 de dezembro de 2016 totalizaram US$ 170 milhões.

Em 2016, a companhia foi capaz de reduzir sua dívida bruta em aproximadamente US$412 milhões, através da quitação de dívidas a vencer no montante aproximado de US$1.816 milhões e extensão através de novas dívidas no valor de US$1.404 milhões. Entre as principais atividades de financiamento realizadas em 2016 estão a emissão de dívida relacionada à aquisição de aeronaves e motores por aproximadamente US$903 milhões, e aproximadamente US$501 milhões de dívida bancária para fins gerais.

O objetivo da Política de Aplicações Financeiras é centralizar as decisões de investimento de forma a otimizar a rentabilidade, ajustada pelo risco moeda, sujeita à manutenção de um nível adequado de segurança e liquidez.

Além disso, a Companhia busca administrar o risco através da diversificação de contrapartes, prazos, moedas e instrumentos.

POLÍTICA DE FINANCIAMENTO

Devido à natureza de suas operações, o Grupo LATAM Airlines está exposto a riscos de mercado, tais como: (i) risco do preço de combustível, (ii) risco das taxas de juros e (iii) risco cambial. A fim de cobrir total ou parcialmente estes riscos, a LATAM opera com instrumentos derivativos para fixar ou limitar o aumento dos ativos subjacentes.  A gestão de Risco de Mercado é realizada de maneira integral e considera a correlação entre as diversas exposições. Para operar com cada contraparte, a Companhia deve manter uma linha aprovada e um contrato específico assinado com a contraparte escolhida. As contrapartes devem ter uma Classificação de Risco, emitida por alguma das agências de risco internacionais, igual ou superior ao equivalente a “A-”.

i. Risco de preço do combustível:

A variação nos preços do combustível depende substancialmente da oferta e demanda de petróleo no mundo, das decisões tomadas pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (“OPEP”), da capacidade mundial de refino, dos níveis internacionais de estoque, da ocorrência ou não de fenômenos climáticos e de fatores geopolíticos. A LATAM adquire o combustível para aeronaves denominado Jet Fuel grau 54. Existe um índice de referência no mercado internacional para este ativo subjacente, o US Gulf Coast Jet 54, que foi utilizado pelo Grupo LATAM Airlines para realizar o hedge de combustível durante 2016.

A Política de Hedge de Combustível estabelece os limites mínimo e máximo de combustível a ser coberto, em função da capacidade de transferência das variações desses custos aos clientes e do cenário de mercado refletido no preço do combustível. Além disso, ela determina um prazo máximo de cobertura e permite a reestruturação da carteira.

Com relação aos instrumentos de hedge de combustível, a Política permite contratar Swaps e Opções combinadas.

ii. Risco de taxa de juros dos fluxos de caixa:

A variação nas taxas de juros está fortemente relacionada à situação econômica mundial. Uma melhora nas perspectivas econômicas de longo prazo imprime um aumento nas taxas de longo prazo, sendo que uma baixa provoca um decréscimo por efeitos do mercado. Entretanto, considerando a intervenção governamental, em períodos de contração econômica costuma-se reduzir as taxas básicas de juros, com o objetivo de incentivar a demanda agregada ao tornar o crédito mais acessível e aumentar a produção (da mesma forma, a taxa básica de juros passa por aumentos em períodos de expansão econômica).

A incerteza sobre o comportamento do mercado e dos governos, e também sobre a variação da taxa de juros, cria um risco associado à dívida da LATAM, que é sujeita a juros variáveis e aos investimentos mantidos. O risco das taxas de juros sobre a dívida equivale ao risco dos fluxos de caixa futuros dos instrumentos financeiros, devido à flutuação das taxas de juros nos mercados.

A exposição da LATAM frente a riscos de variação das taxas de juros de mercado está relacionada, principalmente, a obrigações de longo prazo vinculadas à taxa variável.

A fim de diminuir o risco de um eventual aumento nas taxas de juros, o Grupo LATAM Airlines mantém contratos de taxa fixa e contratos de swap.

Os instrumentos aprovados na Política de Hedge de Taxa de Juros são Swaps e Opções de taxa de juros.

iii. Risco cambial:

A moeda funcional utilizada pela Companhia é o dólar norte-americano, em termos da fixação dos preços dos seus serviços, composição do seu balanço patrimonial e efeitos sobre os resultados das operações. Existem dois tipos de risco cambial: risco de fluxos e risco de balanços. O risco de fluxos ocorre como consequência da posição líquida de receitas e custos em dólares norte-americanos.

A LATAM comercializa a maior parte de seus serviços em dólares norte-americanos, em preços equivalentes ao dólar norte-americano e ao Real. Aproximadamente 58% das receitas estão denominadas em dólar norte-americano e aproximadamente 21% em Reais. Grande parte das despesas está denominada em dólares norte-americanos ou equivalentes ao dólar norte-americano, especialmente custos de combustível, tarifas aeronáuticas, arrendamento de aeronaves, seguros e peças e acessórios para aeronaves. As despesas com remuneração são denominadas em moedas locais. A porcentagem total de custos denominados em dólar norte-americano é aproximadamente 56%, e a porcentagem aproximada de custos em Reais é 17%.

O Grupo LATAM Airlines precifica as tarifas dos negócios de carga e passageiros internacionais principalmente em dólares norte-americanos. Uma parcela das tarifas dos negócios de passageiros internacionais está substancialmente vinculada ao Euro. Nas operações domésticas, a maioria das tarifas são denominadas em moeda local, sem relação com o dólar. No caso da operação doméstica no Equador, tanto as tarifas quanto as vendas são realizadas em dólares. Por conta disso, a LATAM está exposta à flutuação de diversas moedas, principalmente do Real e do Euro.

O Grupo LATAM Airlines realizou coberturas (hedge) de exposição ao risco cambial utilizando principalmente contratos forward e opções de moeda. Em 31 de dezembro de 2016, a LATAM mantém, principalmente, uma cobertura para o Real de US$ 60 milhões, válida para o período de janeiro a março de 2017.

Por outro lado, o risco de balanço ocorre quando itens registrados no balanço patrimonial estão expostos a variações cambiais, uma vez que tais itens são expressos em unidades monetárias diferentes da moeda funcional. Apesar de a LATAM poder assinar contratos de derivativos de cobertura para se proteger do impacto de uma possível valorização ou desvalorização de moedas em relação à moeda funcional utilizada pela controladora, em 2016 a LATAM não realizou cobertura para o risco de balanço.

O principal caso de descasamento ocorre na companhia TAM S.A., que apesar de utilizar o Real  como moeda funcional, possui grande parte dos seus passivos expressos em dólares, no entanto, que os seus ativos são denominados em moeda local.. Ao final de 2016, TAM assinou um contrato de derivados de cobertura (Cross Currency swap) para cobrir parcialmente esse descasamento, cujo valor no balanço da TAM era de aproximadamente US$1.100 milhões.